“Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado”̴ Rm 7.25 ̴
“De maneira que eu, de mim mesmo, sirvo com a mente à lei de Deus, mas, com a carne, à lei do pecado.” Esta é, dentre todas as afirmações, a mais clara. Vê que uma e a mesma pessoa serve, ao mesmo tempo, à lei de Deus e à lei do pecado e, simultaneamente, é justa e pecadora! Pois ele não diz: “Minha mente serve à lei de Deus”. Tampouco: “Minha carne serve à lei do pecado”. Diz, isto sim: “Eu, o ser humano todo, a mesma pessoa, sou servo numa dupla servidão”. Em razão disso, ele também dá graças por servir à lei de Deus e pede por misericórdia por servir à lei do pecado. Quem pode afirmar acerca da pessoa carnal que ela serve à lei de Deus?
Observa, agora, o seguinte: os santos, ao mesmo tempo que são justos, são pecadores; justos, porque creem em Cristo, cuja justiça os reveste e lhes é imputada, mas pecadores porque não cumprem a lei e não vivem sem concupiscência, mas são como pessoas doentes sob os cuidados de um médico; elas são real e verdadeiramente doentes, mas, na fase inicial da convalescença e na esperança, são sadias, ou melhor, são tornadas sãs, isto é, estão em via de ser curadas. Para tais pessoas, a presunção de já serem sadias é extremamente prejudicial, pois uma recaída pode tornar tudo muito pior.
Martinho Lutero
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